Monday, July 26, 2010

Vou colocar a minha mesa à frente da cama




para os meus fastasmas se instalarem mais confortavelmente
enquanto me observam.




Não estou rindo.
Gosto muito mais do mais ou menos.
Às vezes gosto do menos.
Gostar do mais dá muito trabalho.
Trabalho de discordar.
Vivo em dois mundos.
Essa dupla cidadania me exaure.
O que publico não é o que sou
Mas o que sofri.
O Presente da Morte

Tão bela embalagem,
Quanto esmero,
Quanta delicadeza!

Os poucos raios de sol que adentram a penumbra pelas frestas gastas da madeira das janelas emolduram com um brilho manso e suave a cena de sua rara existência.

Cheiro de inocência
Desejo fremente.

Era das mais belas
Por que não a escolheram?
Não houve tempo?

Eu a admiro enquanto tropeço na razão.

Cor de flor de cerejeira
Cheiro de pêssego...

O corpo treme
A boca deseja.

Que sorte,
Que presente!